terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sociedade pós-moderna

O fim dos movimentos culturais da década de 60, e o início de uma nova era do capitalismo geraram o que podemos chamar da sociedade pós-moderna.
Surge assim, um novo perfil de sociedade, muito diferente daquele anterior à década de 70. A nova sociedade se encontra em período de transcendência, onde as mudanças tecnólogicas são extremamente rápidas e dominadoras.
Nesse contexto, dentro do modelo pós-industrial de produção, são privilegiados os serviços e a informação. A comunicação e a indústria cultural recebem papéis fundamentais na disseminação de idéias e valores desse novo sistema.
Desenvolve-se, assim, um processo de construção de uma cultura em nível global, sequenciando a cultura de massa cultivada e firmada em meados do século XX, formando um complexo sistema cultural mundial, com a universialização da informação e com a globalização, caracterizado pelo individualismo, pelo consumismo, pela ética hedonista – marcada pela valorização do entrenimento - e pela fragmentação do tempo e do espaço, reforçadas pelo crescimento da internet.

Mas por que “pós-moderna”?
No fim do século XV e início do século XVIII, a modernidade começa a ser criticada, enfraquecendo seus valores fundamentais, como a linearidade histórica rumo ao progresso e a crença na verdade, alcançável pela razão.
Para substituir tais dogmas, são propostos novos valores, mais abertos e menos categorizantes, que serviriam de base para um novo período, tido como “superação” da modernidade, com foco na ciência, no pensamento e na tecnologia: o pós-modernismo.
Alguns críticos alegam a aXXX do termo pela caracterização da terceira faze do capitalismo, seguindo a lógica cultural do capitalismo tardio.
Outros críticos preferem evitar o termo, pois alegam ainda não ter havido uma real ruptura com a modernidade, preferindo usar termos como “modernidade líquida” ou “hiper-modernidade”.
Pós, hiper ou líquida, certo é que vivemos, hoje, em um mundo onde todas as características aqui apresentadas - tais como o compartilhamento das informações a nível global, a “espetacularização”, a valorização do entrenimento e o individualismo - são evidentes e avassaladoras, e todos esses novos valores vão se firmando em nossa cultura, paradoxalmente, cada vez mais homogênea e diversificada, onde a informação corre pelo mundo e a internet ganha papel fundamental do dia-a-dia de todos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Inclusão Digital X Inclusão Social

Pouco se discute a cerca da inclusão digital nos dias de hoje. “Pouco” porque esse é um tema de extrema relevância no momento em que vivemos, onde crescem, assustadoramente, os meios digitais, porém é algo de limitado acesso para classes menos privilegiadas.
Inclusão Digital é a democratização do acesso às tecnologias da Informação. A grande intenção dos projetos que visam a inclusão digital e a erradicação do analfabetismo digital é de que haja a inserção de todos na sociedade da informação. Entretanto, apesar dessa ser uma iniciativa louvável, a mesma torna-se em vão quando não aliada ao atendimento das necessidades fundamentais do indivíduo, tais como acesso a alimentação, moradia, educação fundamental, entre outras.
Apesar de inclusão digital não ser sinônimo de inclusão social, de fato, é extremamente importante para uma nação, que a populaçao saiba e esteja incluída aos meios digitais. Entretanto, tratando-se de um país como o Brasil, de contrastes regionais profundos, este tema torna-se um tanto polêmico. Como ensinar à um criança a brincar no “paint”, quando esta mal pode se alimentar?



Vemos este tema (inclusão digital) com certo receio, pois em termos gorvenamentais fica muito mais fácil maquiar e de certa forma fraudar estatísticas. Às vezes vemos resultados de pesquisas nos mostrando: Na cidade “X”, mais de 80% das crianças tem acesso à Internet. E após tomarmos conhecimento deste fato, ficamos satisfeitos com tamanha competência da prefeitura da cidade “X”. Mas será que este dado realmente nos diz alguma coisa?
Talvez diga, mas voltamos a dizer que não estamos tratando de um tema simples. A questão vai muito além de ensinar a criança a usar os meios digitais. Se de alguma forma as mídias digitais forem capazes de transformar e melhorar o cotidiano de uma pessoa carente, aí então estará sendo útil socialmente. Afinal, é preciso que o indivíduo tenha atendidas suas necessidades básicas, e se a inclusão digital for uma meio para atingir esse objetivo, estaremos, então, no caminho certo. Caso contrário será apenas uma “coisinha bonitinha” que está na moda: apenas um idéia de que todos falam, discutem, e se preocupam, porém que é logo esquecida e abandonada.